segunda-feira, 25 de novembro de 2013

I'm here







Estou procurando escrever algo de bom


Algo profundo e verdadeiro


Que expressasse tudo o que sinto


Quando sei que você não está bem.


Nessa noite silenciosa e ausente de sentimentos


Não me lembro  mais do que estava errado


Espero que amanhã você também pense assim


Queria poder dizer alguma coisa para te fazer sentir melhor


Mas só posso dizer que sinto por isso


E mesmo estando longe


Estou aqui para você


Estarei sempre ao teu lado para te apoiar


Sempre estarei pronta para te ouvir



terça-feira, 12 de novembro de 2013

*Book: Going On * Lost and founds

As lágrimas correm dos meus olhos,pelo meu queixo,caindo copiosamente nos meus seios nus.
Não me lembro de ter chorado assim por alguém antes, e ao mesmo tempo que processo essas palavras, um rosto com um soriso e um nome assinado na imagem me traz à lembrança um sentimento vivido e sofrido por mais de dez anos.
A imagem fica presa nos meus olhos como se eu estivesse vislumbrando o seu nome assinado por cima, como se fosse uma dedicatória.
Nesses segundos de devaneio, a playlist do meu ipad troca de música e Sufjam Stevens está inundando o ambiente. O aparelho está sendo ironico, (in)oportuno, ascertivo e muito cruel.
Saio da minha apnéia suspirando forte e baixo, um sorriso magoado e ressentido toma meus lábios e eu digo em voz alta demais para o momento:


"Bem, creio que jamais ninguem vai me deixar esquecer disso."

(Não lembro qual fato gerou isso...)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

And if you could know your own killer? (Unfinished)

And if you could know your own killer?
And if it was lovely?
And if you fell in love with it?

E se você pudesse conhecer o seu assassino?
E se ele fosse adorável?
E se você se apaixonasse por ele?

Um
O relógio tocou às seis da manhã com de costume, e ainda assim era tudo diferente, desde ontem quando o encontro foi marcado. Agora o desconhecido tinha local e hora.
“Ok Lola, levantar” – Pensou a menina abrindo seus olhos castanhos constantemente semicerrados mesmo sem o pesar do sono. Essa era uma grande característica sua, algo sexy  e admirado.  
Era incrível como conseguiu dormir tão plenamente. Isso era algo difícil há um tempo, ainda mais depois do ‘agendamento’. Era assim que ela chamava todo e qualquer compromisso que tivesse tempo e espaço para acontecer. Nunca havia sido algo tão bizarro, mas compromisso é compromisso.
A silhueta morena moveu-se até a mesinha de centro feita com material reciclável. Era uma engenhoca criativa feita de antigas pastas de escritório dispostas de formas aleatórias e cobertas por imagens de estrelas da música, personalizado e útil. A moça alcançou seu aparelho de som, parando por um momento para admirá-lo. Não era moderno, definitivamente não, mas era seu equipamento favorito. Lola não tinha televisão e videogames, ela tinha algo muito melhor, a música. Estava nela, era dela, era ela.
Com um sorriso que demonstrava mais cumplicidade do que animação, ela colocou sua playlist favorita para tocar. O som produzia uma trilha de energia que se movimentava em direção à menina, envolvendo-a, entrando pelos seus poros e aos poucos lhe dando vida. Ninguém conseguiria ver essa mágica acontecendo, era quase imperceptível visualmente. Quase, porque Lola a via. Enxergava-a tão claramente como fumaça de charuto, bem forte e expeça.
Após um longo suspiro ela levantou os olhos e se encarou no espelho que ocupava quase toda a parede atrás da mesa. Olhou para os seus cabelos negros e ondulados levemente desarrumados. Sua pele era bronzeada naturalmente. Seu corpo tinha curvas e deslizes e a camisola que estava usando modelava o seu corpo até os joelhos. Lola encarou sua própria expressão pálida e vazia. A maquiagem do dia anterior estava borrada e distorcida, como um palhaço de parque de quinta categoria. Sua boca ainda mantinha um meio sorriso do primeiro bem estar da música que preenchia o ambiente.
“Hoje não é um bom dia. Não me sinto a melhor pessoa do mundo, mas definitivamente tudo vai ser bem melhor depois que eu... Depois que eu o conhecer amanhã.” – Soou a voz que sinalizava menos idade do que o corpo aparentava.
A menina trocou sua roupa casual favorita: um simples vestido preto e sapatos confortáveis , e checou rapidamente a sua bolsa. O jornal que estava jogado na cama aberto na página de anúncios a encarava como se também estivesse na expectativa. A menina caminhou lentamente e releu alguns trechos do anúncio respondido.
“Procuro uma pessoa para me matar...Minha vida é sem sentido...Contato urgente...”
Suas mãos tremeram com a antecipação e toda a ansiedade do dia anterior voltou ao seu corpo enviando pequenos choques de adrenalina e arrepios pela sua espinha, braços e pernas. O anúncio foi respondido. Não havia mais motivo para receios, medos e desistências. Cerrou os olhos e moveu-se lenta e prazerosamente ao final da última música, cantarolando-a baixo. Com a calma reestabelecida dobrou o papel, colocou na bolsa e saiu sob um sol escaldante.

Dois
Danny olhava atentamente a movimentação infantil e entediante que acontecia à sua volta. A tentativa de concentração era inútil, nada prendia seu interesse por tempo suficiente. Nem o trabalho maçante e pouco dinâmico que realizara na manhã daquele dia e há três anos, nem a paisagem que testemunhava durante os míseros quarenta minutos de almoço. Tudo era mecânico: Não dormir, levantar, trabalhar, comer e não dormir. Ações e movimentos robóticos que o estavam transformando em um perfeito zumbi. Sua mente inclusive lhe mandou uma nota de rodapé informando que sua aparência estava assustando as crianças ao redor.
“Ok, Danny, levante o rabo e volte à sua vidinha” – Falou o rapaz para si mesmo, mas com uma altura inadequada, pois duas crianças que estavam ao seu redor saíram correndo de perto dele.
“Hey, desculpas. Não foi por mal.. Não sou um cara mau.”- Sua voz foi morrendo ao ponto que ele percebia que elas já estavam longe demais para ouvir suas desculpas.
Sua falta de atitude não fazia o menor sentido, ele sabia que toda a apatia e desmotivação haviam ficado no passado, desde ontem ele era um novo ser, uma aberração dotada do poder do livre arbítrio.


Chegando de volta ao seu escritório que parecia ter saído do clipe Hide u da banda Kosheen*,

*N. da A: https://www.youtube.com/watch?v=HHIjuyNdMvg