sexta-feira, 26 de março de 2010

A dor do espinho


A dor que o espinho traz,

Levanta o véu da realidade...

Que ardência interna é mais intensa,

Que o fogo do arrependimento?

Que consome e elimina toda forma de vida...

Batidas de coração que parecem levantar

Ossos, músculos e interiores...

Rasga, dilacera e arranca o pouco que ainda existe.

Não importando o tempo da existência,

A ardência continua a consumir

Pele sobre pele, em um processo contínuo e doloroso,

Que derrama lágrimas de sangue...

Ora brando, ora calmo,

Ora Benção, ora Maldição...

Anjo que abençoa e tortura,

Passa a mão na face e enfia o punhal no coração

Por que olho para esse anjo?

Anjo negro de pele branca,

Olhos que desafiam e assombram...

E a dor? Que dor no peito!

Por que me sufoca e me faz querer morrer?

Mas se morrer,

Como vou sentir a dor que me alimenta e vicia

Que me consome o âmago e

Enche-me com um misto de prazer,

Deleite, tristeza e frustração

O desgaste da dependência me deixa exausta...

“Só vire as costas e vá...”

Eu ouço, “Vire as costas e mate uma parte de você...

Deixe morrer, cair no limbo...”

Não... É minha, é meu, sou eu também..

Escolhi esse caminho, de uma vida inteira de dor,

Em troca do encontro ansiado por muitos.

Dele viverei, nele morrerei e ela (a ardência)

Me consumirá...

29-12-2009



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