
A dor que o espinho traz,
Levanta o véu da realidade...
Que ardência interna é mais intensa,
Que o fogo do arrependimento?
Que consome e elimina toda forma de vida...
Batidas de coração que parecem levantar
Ossos, músculos e interiores...
Rasga, dilacera e arranca o pouco que ainda existe.
Não importando o tempo da existência,
A ardência continua a consumir
Pele sobre pele, em um processo contínuo e doloroso,
Que derrama lágrimas de sangue...
Ora brando, ora calmo,
Ora Benção, ora Maldição...
Anjo que abençoa e tortura,
Passa a mão na face e enfia o punhal no coração
Por que olho para esse anjo?
Anjo negro de pele branca,
Olhos que desafiam e assombram...
E a dor? Que dor no peito!
Por que me sufoca e me faz querer morrer?
Mas se morrer,
Como vou sentir a dor que me alimenta e vicia
Que me consome o âmago e
Enche-me com um misto de prazer,
Deleite, tristeza e frustração
O desgaste da dependência me deixa exausta...
“Só vire as costas e vá...”
Eu ouço, “Vire as costas e mate uma parte de você...
Deixe morrer, cair no limbo...”
Não... É minha, é meu, sou eu também..
Escolhi esse caminho, de uma vida inteira de dor,
Em troca do encontro ansiado por muitos.
Dele viverei, nele morrerei e ela (a ardência)
Me consumirá...
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